A Rússia foi suspensa hoje do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), ampliando de uma maneira inédita o isolamento do Kremlin no cenário internacional e aprofundando sua condição de pária. A decisão é inédita contra um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e nem mesmo durante a Guerra Fria tal gesto foi realizado.
O governo de Jair Bolsonaro, porém, não apoiou o afastamento do país de Vladimir Putin do principal órgão internacional de direitos humanos.
Numa votação nesta quinta-feira na Assembleia Geral da ONU, 93 países deram seu apoio à proposta de países ocidentais que sugeriram o afastamento do Kremlin das decisões de um dos principais órgãos da entidade. Na América do Sul, os governos da Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Equador deram seu apoio ao afastamento.
Apenas 24 países votaram contra o projeto, entre eles a Rússia, China, Cazaquistão, Síria, Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela.
O bloco de ditaduras denunciou as potências ocidentais, além de relembrar violações cometidas pelos EUA em diferentes partes do mundo e a ameaça que a medida poderia causar para a sobrevivência dos organismos internacionais. O governo de Cuba, por exemplo, alertou que, se hoje foi a Rússia, amanhã serão outros países em desenvolvimento que poderão ser afastados por “não aceitar” as políticas das potências ocidentais. Para o governo da China, a suspensão vai “jogar gasolina no fogo” e não ajudará a trazer a paz.
O Brasil optou pela abstenção e consolidou sua postura de afastamento em relação às potências ocidentais. No total, 58 países também se abstiveram, entre eles México, Arábia Saudita, Senegal, África do Sul, Egito e um número elevado de governos africanos.
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