O assassinato do vereador Zé Dida Gaia (PP), 51 anos, há pouco, em Serra Talhada, a 410 km do Recife, num posto de gasolina, quando descia de uma caminhonete, tem ligação com brigas históricas entre famílias. A família Gaia, a qual pertencia, vive em conflitos com outras famílias violentas no município há muito tempo.

Vilmar Gaia, primo dele, foi considerado o "Novo Lampião" entre as décadas de 70 e 80. Na sua ficha, há uma porção de crimes cometidos por ele em Serra e na região. Vilmar foi preso pelo Major Ferreira e ficou recolhido no Aníbal Bruno, no Recife. Muito tempo depois, foi solto e trabalhou na área de segurança para o Grupo João Santos.

João Santos é de Serra Talhada e a família de Vilmar Gaia chega a ter um parentesco distante com o megaempresário, também já na eternidade. Zé Dida Gaia estava no seu primeiro mandato, teve 1.070 votos nas eleições de 2020. Policial reformado, ingressou na política para substituir o pai Edmundo Gaia, que teve quatro mandatos na Câmara de Serra.

                                       

Edmundo morreu há quatro anos, mas de causa natural, mas o vereador assassinado tem parentes envolvidos com brigas familiares na terra de Lampião. O mais violento e destemido era o irmão Tonico, mais jovem do que ele, morto também numa emboscada com tiros de revólver. Sua morte, segundo o blog apurou, foi vingança envolvendo as mesmas famílias em conflito.

Zé Dida Gaia só andava em carro blindado, mas hoje resolveu usar uma caminhonete sem proteção. Ele estava abastecendo o carro por volta das 15 horas no posto Sagrada Família, no bairro do Alto da Conceição. O que se sabe, até o momento, é que os disparos que tiraram a sua vida foram de autoria de apenas uma pessoa.

Casado, o ex-vereador deixa viúva e dois filhos, uma advogada e um psicólogo. Sua vaga na Câmara deve ser ocupada pelo suplente Nailson Gomes, ex-jogador do Náutico, que ocupa hoje a Secretaria de Esportes da Prefeitura Municipal. Caso ele faça a opção de continuar no Governo, assume o segundo suplente Percival Gomes.