A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo o reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil.
Desde o início de maio, pelo menos 120 ocorrências da doença foram confirmadas em 15 países. O Ministério da Saúde instituiu ontem uma sala de situação para monitorar o cenário da monkeypox no Brasil. A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.
No domingo foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina. A varíola de macaco é, na verdade, uma doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, mas de ocorrência muito rara em outros continentes.
Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico.
"Acho muito difícil que (a doença) não chegue aqui", afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez "Mas se trata de uma doença considerada benigna." Além disso, existem tratamento e vacinas, mas é necessário alerta, segundo a Chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin. "Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas. É mais um problema que vem se somar ao nosso quadro atual", disse Urbaez. "O ponto positivo é que a nossa vigilância está muito sensível, conseguindo detectar os problemas em tempo real".
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