A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) não deixou de comentar a exoneração de Antônio de Pádua da Secretaria de Defesa Social (SDS). Em nota enviada à imprensa, a entidade acredita que Pádua “pecou por ação ou por emissão” nos episódios do último sábado (29/09), quando a Polícia Militar dispersou de forma truculenta uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro. O Sinpol-PE diz ainda que a gestão do ex-secretário foi marcada por perseguições a dirigentes sindicais, a exemplo de Áureo Cisneiros.

Confiram:

A exoneração do agora ex-secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, deixou evidente que, por ação ou omissão, o mesmo tem relação direta com os fatos lamentáveis ocorridos no Recife, no último dia 29. Infelizmente, Antônio de Pádua nunca foi de ouvir os apontamentos e os problemas da base da Polícia Civil de Pernambuco, muito menos do sindicato.

Na sua gestão, o ex-secretário tentou impor muita coisa sem nenhum diálogo, além de não buscar inovar ou implementar novas políticas de Segurança Pública, como a reformulação do combalido Pacto Pela Vida, a aproximação das Polícia com as Comunidades, a valorização dos policiais da base e a melhoria da estrutura das delegacias para que pudéssemos investigar mais e melhor. Muito pouco foi feito apesar das tentativas do SINPOL em contribuir ao longo de todos esses anos.

A sua gestão também será marcada como a gestão que perseguiu dirigentes sindicais e que promoveu a injusta e covarde demissão do ex-presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, simplesmente por cumprir sua obrigação de defender a categoria e buscar a justa valorização dos policiais civis.

Uma gestão que virou as costas para a polícia investigativa do Estado, contribuindo para o sucateamento da estrutura da Polícia Civil. A exemplo do que aconteceu com a Delegacia de São José do Egito, que foi despejada por falta de pagamento de aluguel e ficou um tempo funcionando em ônibus e em container. Sem falar das inúmeras delegacias completamente sucateadas e/ou ameaçadas de despejo. Não finalizou o Complexo de Perícias de Caruaru e ainda o deixou ser completamente saqueado. Por fim, sai apontado como cúmplice dos fatos ocorridos no último sábado, dia 29/05, no Centro do Recife.

Acreditamos que o Estado de Pernambuco pode fazer muito mais para a segurança do nosso povo e o Sinpol-PE sempre esteve à disposição para contribuir nessa construção, sempre de forma firme, contundente e expondo o olhar da nossa categoria. Esperamos que o próximo secretário dialogue com o policial civil, porque, em momentos de crise, o diálogo deve prevalecer para buscar saídas, que muitas vezes não são fáceis, mas que passam  inevitavelmente por muita conversa, transparência, e valorização para quem põe em prática a segurança pública do Estado, que são os policiais, principalmente os policiais da base.