Os procuradores da autodenominada operação "lava jato" comemoraram efusivamente a ordem de prisão do ex-presidente Lula. A informação consta de uma troca de mensagens entre procuradores à qual a ConJur teve acesso. O diálogo faz parte do material apreendido pela Polícia Federal no curso da chamada operação spoofing, que mirava hackers responsáveis por invadir celulares de autoridades.
Um dos mais animados era o então coordenador do consórcio de Curitiba, Deltan Dallagnol. "Meooo caneco. Não da nem pra acreditar. Melhor esperar acontecer", escreveu no grupo de tarefeiros.
A ConJur manteve as abreviações e eventuais erros de digitação e ortografia presentes nas mensagens.
Apesar do Deltan fazer a ressalva de que iria "esperar acontecer" para comemorar, a procuradora Laura Tessler afirmou que já iria começar as celebrações pela prisão do líder petista.
A procuradora Isabel Groba aproveitou a descontração para lembrar que havia sido chamada de "querida" pelo ex-presidente durante um interrogatório em 2017. De bate pronto, Laura Tessler afirmou que ela então deveria recebê-lo na sede da Polícia Federal em Curitiba.
O procurador Julio Noronha, por sua vez, preferiu manter a cautela. "No Brasil, mesmo uma decisão judicial amparada no decidido pelo STF, pode não acontecer, mesmo q entre a decisão e o cumprimento sejam apenas horas", escreveu.
Em dado momento, Deltan afirma que não estaria no país para "comemorar" a prisão de Lula. O procurador Paulo Galvão então brinca: "Deltan na Disney enquanto Lula está preso, isso vai ser noticia!".
Tessler afirmava que os partidários do ex-presidente iriam "armar um bom teatro amanhã". Paulo Galvão previa que o ex-presidente iria fazer um comício antes de se apresentar, e Deltan disse que é um "presente da CIA [agência de inteligência dos Estados Unidos]".
Apesar da alegria com a prisão do líder petista, alguns procuradores não ficaram satisfeitos com a decisão de o então juiz Sergio Moro. "Lula não merece a deferência e consideração que o Moro lhe emprestou. Deveria ter sido preso hoje pela manhã e a decisão judicial teria sido cumprida sem traumas", afirmou Januário Paludo.
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