Cenas de horror tomaram conta do Centro Comercial de Macapá na noite de sexta-feira, 10. Uma confusão motivada por promoções da Black Friday deixou 40 pessoas feridas em uma loja de eletrônicos da capital do Amapá. Milhares de clientes se reuniram em frente ao estabelecimento, que prometia uma das maiores liquidações do ano, e acabaram sendo imprensados, pisoteados, sufocados e cortados por cacos de vidro da porta arrebentada.
De acordo com as secretarias de Saúde municipal e estadual, das 40 pessoas feridas que foram atendidas pelos Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 16 foram encaminhadas ao Hospital de Emergências (HE). No total, 15 precisaram realizar sutura. Dois pacientes permanecem internados, em estado de saúde estável, sem risco de morte.
“A imagem foi horrível. Havia muito sangue dentro da loja, pessoas machucadas carregando o seu produto. A loja estava com tanto sangue que quem entrava sentia o odor forte”, relatou a assistente administrativa Natasha Rodrigues, 24 anos.
Natasha contou que chegou ao local em torno de 18h10. Neste horário, uma multidão já estava formada em frente ao estabelecimento comercial. A abertura das portas do comércio estava prevista para às 19h. Quando chegou o horário marcado, funcionários fizeram uma contagem regressiva e, ao liberar a entrada, as primeiras pessoas passaram a ser imediatamente empurradas para dentro da loja.
Confusão generalizada
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o desespero gerado pela agitação da população. É possível ver um aglomerado de pessoas presas à porta, enquanto umas caem no chão e outras tentam acudi-las. Ao mesmo tempo, os funcionários tentam, em vão, conter a desorganização.
“Quando abriram os portões, começou a confusão. Teve briga logo na entrada”, relembrou Natasha, que ficou mais afastada da aglomeração próxima à entrada que fica em frente ao Shopping da Independência. Em uma segunda entrada, os portões de vidro que ainda não haviam sido abertos foram estilhaçados pelos clientes. “Muitas pessoas se feriram, tinha muita gente sangrando”, completou.
A jovem conta que policiais militares, acionados para controlar a desordem, chegaram a dar tiros de arma de fogo para o alto na tentativa de dispersar a população. No caos, Natasha também viu pessoas passando mal, deitadas no chão do estabelecimento.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp) confirmou o caso, que chamou de “confusão generalizada”. Ao ser acionada, a Polícia Militar do Estado do Amapá (PM-AP) foi ao local e constatou uma grande quantidade de pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amapá (CBM-AP) esteve no espaço para dar suporte. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AP) também se dirigiram à região.
Segundo o Procon, a empresa foi notificada a prestar esclarecimentos sobre os fatos. O instituto informou ainda que lavrou auto de constatação registrando todas as informações preliminares e que irá apurar o ocorrido. A empresa poderá ser autuada quanto a responsabilidade da qualidade dos serviços prestado, levando em consideração que levou risco a saúde e a vida do consumidor.
Fonte: Terra
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